sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Adriano Sousa Lopes, repórter de guerra e pintor


Adriano Sousa Lopes, Paisagem na Frente de Guerra, 1917. Museu Militar de Lisboa


Adriano Sousa Lopes, Bombardeamento em La Couture 1918. Museu Militar de Lisboa

João Castro Silva


João Castro Silva, Ossos, 2016
[Inauguração: 9 de Março de 2016]

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

EVOCAÇÃO DA I GUERRA MUNDIAL - Arte Contemporânea no Museu Militar de Lisboa

O Museu Militar de Lisboa em colaboração com a Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa vai realizar um conjunto de exposições de artistas portugueses contemporâneos nas Salas da Grande Guerra com caráter evocativo dos acontecimentos ocorridos entre 1914 e 1918 em todo o mundo. Estas exposições, individuais e por períodos temporários, decorrerão entre 9 de março de 2016, quando do centenário da declaração de guerra da Alemanha a Portugal, e 11 de novembro de 2018, quando do centenário do armistício. 
Ir-se-á salientar o facto de aquelas salas e todo o Museu Militar serem detentores importantes patrimónios. Por um lado um património artístico de autores que alicerçaram a sua formação na Academia de Belas-Artes, como por exemplo Columbano Bordalo Pinheiro, Teixeira Lopes, José Malhoa, Francisco Franco, Veloso Salgado ou Luciano Freire entre muitos outros, e por outro lado um inestimável e precioso património histórico e cultural que todos reconhecemos.
A oportunidade desta iniciativa, que irá decorrer durante quase três anos, contando com a participação de cerca de vinte artistas, procurará demonstrar, através de produções artísticas diferenciadas e concebidas especificamente para as Salas da Grande Guerra, que a arte atualiza os sentidos das coisas e promove sintonias, diálogos e debates, quer sejam sobre ela própria ou quer sejam sobre outras causas.
Os convites à participação neste projeto de intervenção, instalação, exposição ou mostragem de obras evocativas das guerras de ontem ou de hoje, pretendendo motivar a conceção de intervenções artísticas contemporâneas em diálogo franco com o espaço museológico, dominado em grande parte pelas obras de Adriano Sousa Lopes, dirigido a artistas ligados direta ou indiretamente à Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, quer como professores quer como alunos, foram feitos com base em dois pressupostos: o primeiro privilegiou o conhecimento individualizado da obra artística de cada um dos participantes e o segundo a perceção de que reside nesse artista e nessa obra um conhecimento capaz de tratar a «evocação» como conceito que hoje, no início do terceiro milénio, pode ser memória concreta reconstituída noutros formatos. Num espaço e numa época onde a história, a guerra e a arte são assuntos sensíveis, os pensamentos, interrogações ou confrontos podem adquirir muitas formas.
São
os antigos e os novos modos de estar e fazer guerra e arte,
as coisas, os seres, as formas e as narrativas,
os valores territoriais e os valores culturais,
os desenhos de linhas, de limites, de fronteiras, de muros e barreiras na geografia mundial,
os desenvolvimentos tecnológicos, as mutações e as arquiteturas dos conflitos,
a cor dos camuflados contemporâneos.
A programação contará com uma participação de cerca de vinte artistas. A primeira intervenção decorrerá entre 9 de março e 30 de abril de 2016, com uma intervenção do escultor João Castro Silva, professor de escultura da FBAUL, a qual nos remeterá para os incómodos e desconfortos que a imprevisibilidade de guerras acarreta.
A última intervenção acontecerá em 11 de novembro de 2018 com uma exposição coletiva de todos os que participaram neste projeto.

Ilídio Salteiro, 2015